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Edição de Bateria!

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EDIÇÃO DE BATERIA!

Quando gravamos e vamos para a mixagem, a bateria é o primeiro instrumento que normalmente você precisa  editar. E uma vez que é o primeiro da fila, basicamente é dai que tem a base e o andamento que vai dar a vibe da musica. Então não é nenhuma surpresa que a edição de bateria é um dos maiores trampos que os técnicos enfrentam. Mas você não deve fazer dessa tarefa algo tão “doloroso” e a bateria não deve  soar como “robotizada”/eletrônica. Aqui estão algumas observações para uma edição rápida e que poderá esclarecer uma série de questões comuns e equívocos.

  1. Sempre editar a bateria antes de gravar outros instrumentos.                                                                                                                                                       Em hipótese alguma, grave as linhas de baixo / guitarra / vocal sobre a trilha de bateria sem edita-la antes. Não deixe toda a edição para o final. Sempre edite a bateria antes para ter uma base sólida em todo o mix. Não só vai soar melhor, mas você vai economizar uma tonelada de tempo também utilizando esta estratégia.
  1. Pare de se preocupar com o ‘alinhamento’ de todas as suas faixas de bateria…                                                                                                                         Muita gente reclama que aparece entre as peças um ‘phasey’ após a edição. Vamos esclarecer isso agora: você não deve alinhar as fases de suas faixas de bateria, fazendo com que todos os mic´s estejam alinhados. Isso vai soar estranho e errado. Basta pensar em como realmente ouvimos um kit de bateria em uma sala real. Cada peça da bateria está em um local um pouco diferente. Se o baterista bate na caixa e num prato de ataque ao mesmo tempo, aqueles dois sons estarão chegando aos seus ouvidos em um tempo ligeiramente diferente. É assim que se ouve instrumentos reais em uma sala. Um exemplo ainda melhor é com microfones de sala ou “Room mic´s”. Se o seus Mic´s-Sala estão a 6 m de distancia do kit, então a forma de onda vai chegar aprox. em 18 ms  nas proximidades dos microfones. Portanto, você vai gravar esse delay que permitirá nosso cérebro reconhecer na gravação o tamanho da sala! Então, se você alinhar os transientes de cada Mic  das peças da bateria, na verdade você está criando um som não natural que não reflete o que nossos cérebros estão acostumados a ouvir. Esqueça essa condição técnica, e apenas agrupe todas as trilhas da bateria e mova-as sempre em grupo para manter individualmente essa relação de fase natural da gravação! Considere ajustar a fase apenas dos Mic´s top/esteira da caixa, porque esse som (da esteira) é que não ouvimos defasado no mundo real, além de que fisicamente podem se cancelar parcialmente! Uma sala para gravação da bateria deve ser grande, se quer “pegar” a ambiência local. Uma sala pequena e viva tem som de banheiro! É necessário pelo menos uns 50 m³ para que o tratamento com difusão e bass traps possa surtir um bom efeito. Salas menores são tão “coloridas” (má distribuição modal) que o tratamento nunca é totalmente satisfatório. Sobre Room Mic´s,  se você não tiver sala ~ mínimo 50 m³ …esqueça !
  1. Quantização…Vá em frente …quantize… mas 100% …                                                                                                                                                                       A maioria das DAW´s tem a opção de definir a quantização ‘forçada’ ao editar. É possível quantificar no grid  90% …95%, 75% …. Esqueça isso, quantize em 100%… é possível que em alguns ritmos específicos quantizar diferente de 100% funcione, mas pela minha experiência parece que fica no ar uma sensação estranha de programação e em algumas passagens soa estranha. Deixe este em 100%. Estamos em 2016 e até mesmo o ouvinte médio está habituado a ouvir a bateria 100% no grid. Às vezes até mesmo pequenas variações podem soar estranho e pouco profissional. Agora, isso não significa que tem que soar totalmente programada e robótica. Como você está editando e quantizando, você pode ter o HH ligeiramente fora do grid, e você pode deixá-lo lá. Ou talvez haja um Ataque/Condução que foi tocado entre um BD e SD  e parece não estar no grid, mas esta soando bem…deixe-o lá! O importante é sentir na extensão da musica esses efeitos e tomar a decisão, mantendo na bateria a sensação/feeling do baterista “humano” e não como uma TR 707! Dessa forma a bateria deve soar legal!
  1. Você não precisa editar tudo à mão.                                                                                                                                                                                                       Use as ferramentas disponíveis. Muita gente recorre a métodos tediosos e demorados, como cortar e ajustar/ajeitar cada batida nas peças da bateria! Pesadelo! Não se deixe intimidar por ferramentas como Beat Detective (ou outra semelhante da sua DAW). Aprenda a usar essas ferramentas e você não se arrependerá. Você tem que aprender as peculiaridades de ferramentas como o Beat Detective, porque uma vez dominadas, você reduzirá drasticamente seu tempo de edição! O computador fará tudo muito mais rápido.

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