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Gravação de Show ao vivo!


cab-materiaGravação ao vivo @Pal G Studio do Show Sara Bonfim _ 29 de Julho 2016  no CIAEI.

Vou aqui narrar as peripécias feitas para gravar o show naquele dia.  Por uma falha de comunicação, ao chegarmos no teatro para o set-up verificamos que não haveria um Split do audio para gravarmos independente da mixagem do PA do show, ou seja eu iria receber o sinal que estaria sendo enviado ao publico, e portanto estaria subordinado á variação dinâmica (EQ,CMP,FX, etc) do técnico de mixagem do show.

Pensei, f**** ! Na gravação de um show ao vivo, sempre você deve ter o sinal “splitado” para seu sistema, ou seja, os sinais devem vir direto dos DI´s, dos mic´s, ou dos “line out” de amps etc, dessa forma você sempre vai ter o material com a dinâmica e coloração natural dos instrumentos, voz, o ambiente, para depois na sua mixagem poder trabalhar adequando os níveis e tessitura de toda sonoridade.

Para gravar o show, utilizei um Protools HD10 linkado á porta de uma Yamaha TF5, com um  Steinberg Driver 1.7.3 que me dava até 32 tracks para gravar, porém minha necessidade foi de 24 canais. Usei um LapTop normal Positivo 4Gb RAM/2,5GHz com o PTHD10 rodando 24bit/48kHz em um Windows 8 (o que sempre me faz tremer! 🙂 ) mas o  sistema “guentou”…eu já havia gravado o show do Alien Groove (splitado) no Maio Musical com 18 tracks e foi muito bem!

Bom, na passagem de som comecei então a ver alguns  problemas, pelo fato de receber o sinal mixado da mesa, alguns sinais ex: o baixo vinha “clipando”, a voz sumia, algumas peças da bateria ora desapareciam num volume menor ou então “clipavam” do nada, além de que na hora do show o técnico iria ficar alterando os volumes mixando para o publico, ou seja eu não teria controle de nada do que entraria no Protools!

Por isso, você precisa receber o sinal “splitado” para manter todos os sinais próximo/entre  -12 a -6 dB  no ProTools, o  que garante um bom nível para a mixagem final necessária. Como não tinha outra alternativa, arrisquei a gravar da forma que estava, apenas sugerindo ao técnico uma compressão um pouco mais pesada no baixo, na caixa e no bumbo, pois eram os elementos que mais saíam fora de controle; dessa forma para efeito do audio que ia para o publico não haveria grande alteração, mas para o caminho digital que vinha para o ProTools 4 a 6 dB de compressão em media “domou” a dinâmica exagerada desses elementos! E as vozes deixamos conforme o normal, já que a pressão das vocalistas normalmente é sempre pra menos com receio de distorcer ou gerar microfonia. Então na teoria, no minimo eu teria uma boa media de volume das vozes o que não prejudicaria na minha mixagem final. Na voz, só reduzimos um pouco o reverb já que ali no CIAEI o Tr já é alto, e eu poderia fazer como fiz na mixagem; apliquei um De-Verb para eliminar o “tail” grande que somavam os reverbs natural e da mesa.  Essas ações na captação, mais a dinâmica da banda e a pouca intervenção do técnico na mixagem do PA pois a banda tinha uma dinâmica muito boa, foi suficiente para evitar os clipes e/ou  volume com dinâmicas prejudiciais. !!!

Enfim funcionou…descarregando o audio no Estúdio pude verificar o resultado, e deu para fazer uma mixagem legal, apesar de trabalhosa porque mesmo captando da forma que foi feita, houve nuances de dinâmicas muito grandes e que na mixagem final tive que retrabalhar: os volumes, as vezes até em frases da voz, ou em grupos de compassos de determinado instrumento, além de “descolorir” os timbres que vieram conforme o técnico mixou para  PA. Porém, nenhum Soundreplace foi utilizado, o som dos instrumentos principalmente o som da bateria foram todos trabalhados como manda a técnica de mixagem :

  1. Equilíbrio – relação do nível de volume entre os elementos musicais.
  2. Faixa de Freqüências – ter todas as freqüências representadas.
  3. Panorama – colocar o elemento musical no campo sonoro.
  4. Dimensão – adicionar ambiência musical ao elemento.
  5. Dinâmica – controlar o volume envelope das trilhas/instrumentos.
  6. Interesse – fazendo uma Mixagem sempre especial.

Sobre  o show… bem como prevenção acho que  vou investir em um rack de Split com 32 canais e levar sempre a tiracolo !  🙂

Aqui uma das musicas, “Manuel” sem processamento: 

      Manuel
vocês podem escutar a gravação como foi feita sem splitar, direto do PA para o Protools com a “pilotagem”… e clicando no link vídeo a mixagem trabalhada e finalizada adequada ao vídeo 360 montado pelo Gerson Lima Filho! (PS: O 360 pode não funcionar em iPads! Dai veja o 360 no computador pq é muito louco!!!)( Se estiver utilizando um dispositivo mobile, para visualizar o vídeo 360° abra o link utilizando o aplicativo do YouTube)

Até a próxima!